O motorista faz uma curva fechada para entrar no retorno.
Motorista: Segura aí pessoal que eu não me responsabilizo.
Catarina dirige-se à porta dos fundos para descer e fica muito irritada porque o motorista não pára no ponto de ônibus solicitado por ela.
Catarina: Só porque são estudantes pensa (o motorista) que são ignorantes.
Catarina desce na próximo ponto indignada prometendo ligar para o 0800 da companhia.
No final do ônibus Diego, que está acompanhado dos colegas, se manifesta, irônico.
Diego: Que idiota! Tu não estudas pra ficar mais burro.
Eliane se levanta pra descer. Nesse momento alguém aperta a campainha.
Eliane: Alô!
Eliane se dá conta que não é um telefone e ri sozinha.
Um ladrão encosta a arma na barriga do cobrador.
Ladrão: Passa tudo.
O cobrador tira um bloco de cédulas do bolso e entrega para o ladrão.
O ladrão pressiona e ameaça o cobrador.
Ladrão: Tudinho. Se não já era.
O cobrador ensacola as moedas e passa para o ladrão.
O ladrão começa a ficar nervoso.
Ladrão: Tá chegando a parada. Faltam os vales.
Cobrador: Só tem vale estudante.
Ladrão: Não interessa!
O cobrador reúne os vales e deposita tudo na mão do ladrão.
Cobrador: Leva. Tem vale pra uma faculdade inteira. Aproveita para estudar e vê se vira um cidadão decente.
O ladrão desce pela porta da frente e sai correndo.
O cobrador abre a janela do ônibus e grita pra o ladrão.
Cobrador: Delinqüente!
Um brigadiano à paisana desce pela porta dos fundos e atira no ladrão pelas costas. O ladrão cai estirado no chão gemendo.
O motorista pára o ônibus. O cobrador desce depressa e pisa nas costas do ladrão.
Cobrador: Me devolve tudo.
Ladrão: Deixa os passes. Eu vou estudar.
Cobrador: Ah, vai sim. Quero tudo. Tudinho.
Brigadiano: Se não já era.
Armindo desce do ônibus e nocauteia o ladrão.
Armindo: Pega essa grana duma vez e vamos embora que eu tenho horário marcado.
Cobrador: Tu matou o delinqüente?
Armindo: Olha o cara! Ficou com peninha.
Brigadiano: Não matou não. Volta pra o ônibus que eu cuido do bandido.
No fundo do ônibus Diego expressa a sua raiva.
Diego: Bandido bom é bandido morto.
Cobrador: Ele não está errado. Está apenas equivocado.
Armindo: Deve ser um desses órfãos do tráfico. Mas com certeza já tem uma mãe adotiva.
Riso geral.
Diego: Deixa o cara. Ele ficou com a Síndrome de Estocolmo.
Armindo: Aguda. Só faltou levar pra casa.
Cobrador: Silêncio! Caso encerrado!
Um idoso atravessa a rua na frente do ônibus.
O motorista freia bruscamente para não bater nele. O idoso se assusta com o ônibus, tem um treco e cai estirado no chão. O motorista pára o ônibus e vai verificar o estado do pedestre.
Jonathan se aproxima do local e pensa que o idoso está morto.
Jonathan: Tu matou o coitado. Não sei pra que correr tanto.
Motorista: Não matei. Ele apenas se assustou e caiu aí estirado.
Jonathan: Matou sim.
Cobrador: Em vez de ficar aí parado acusando o motorista chama uma ambulância pelo menos.
Armindo: Já estou atrasado meia hora.
Diego: É hoje o dia.
O idoso se recupera do susto, se levanta e sai andando.
Motorista: Falei que ele estava vivo.
Volta todo mundo pra o ônibus.
No fundão Diego e sua turma tagarelam.
Diego: Mulher só serve pra uma coisa.
Melissa: Eu sei cozinhar.
Diego: Então tu serve pra duas.
Melissa: E tu não serve pra nada.
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