terça-feira, 21 de outubro de 2008

ODISSÉIA NO ÔNIBUS ESCOLAR




O motorista faz uma curva fechada para entrar no retorno.

Motorista: Segura aí pessoal que eu não me responsabilizo.

Catarina dirige-se à porta dos fundos para descer e fica muito irritada porque o motorista não pára no ponto de ônibus solicitado por ela.

Catarina: Só porque são estudantes pensa (o motorista) que são ignorantes.

Catarina desce na próximo ponto indignada prometendo ligar para o 0800 da companhia.

No final do ônibus Diego, que está acompanhado dos colegas, se manifesta, irônico.

Diego: Que idiota! Tu não estudas pra ficar mais burro.

Eliane se levanta pra descer. Nesse momento alguém aperta a campainha.

Eliane: Alô!

Eliane se dá conta que não é um telefone e ri sozinha.

Um ladrão encosta a arma na barriga do cobrador.

Ladrão: Passa tudo.

O cobrador tira um bloco de cédulas do bolso e entrega para o ladrão.

O ladrão pressiona e ameaça o cobrador.

Ladrão: Tudinho. Se não já era.

O cobrador ensacola as moedas e passa para o ladrão.

O ladrão começa a ficar nervoso.

Ladrão: Tá chegando a parada. Faltam os vales.

Cobrador: Só tem vale estudante.

Ladrão: Não interessa!

O cobrador reúne os vales e deposita tudo na mão do ladrão.

Cobrador: Leva. Tem vale pra uma faculdade inteira. Aproveita para estudar e vê se vira um cidadão decente.

O ladrão desce pela porta da frente e sai correndo.

O cobrador abre a janela do ônibus e grita pra o ladrão.

Cobrador: Delinqüente!

Um brigadiano à paisana desce pela porta dos fundos e atira no ladrão pelas costas. O ladrão cai estirado no chão gemendo.

O motorista pára o ônibus. O cobrador desce depressa e pisa nas costas do ladrão.

Cobrador: Me devolve tudo.

Ladrão: Deixa os passes. Eu vou estudar.

Cobrador: Ah, vai sim. Quero tudo. Tudinho.

Brigadiano: Se não já era.

Armindo desce do ônibus e nocauteia o ladrão.

Armindo: Pega essa grana duma vez e vamos embora que eu tenho horário marcado.

Cobrador: Tu matou o delinqüente?

Armindo: Olha o cara! Ficou com peninha.

Brigadiano: Não matou não. Volta pra o ônibus que eu cuido do bandido.

No fundo do ônibus Diego expressa a sua raiva.

Diego: Bandido bom é bandido morto.

Cobrador: Ele não está errado. Está apenas equivocado.

Armindo: Deve ser um desses órfãos do tráfico. Mas com certeza já tem uma mãe adotiva.

Riso geral.

Diego: Deixa o cara. Ele ficou com a Síndrome de Estocolmo.

Armindo: Aguda. Só faltou levar pra casa.

Cobrador: Silêncio! Caso encerrado!

Um idoso atravessa a rua na frente do ônibus.

O motorista freia bruscamente para não bater nele. O idoso se assusta com o ônibus, tem um treco e cai estirado no chão. O motorista pára o ônibus e vai verificar o estado do pedestre.

Jonathan se aproxima do local e pensa que o idoso está morto.

Jonathan: Tu matou o coitado. Não sei pra que correr tanto.

Motorista: Não matei. Ele apenas se assustou e caiu aí estirado.

Jonathan: Matou sim.

Cobrador: Em vez de ficar aí parado acusando o motorista chama uma ambulância pelo menos.

Armindo: Já estou atrasado meia hora.

Diego: É hoje o dia.

O idoso se recupera do susto, se levanta e sai andando.

Motorista: Falei que ele estava vivo.

Volta todo mundo pra o ônibus.

No fundão Diego e sua turma tagarelam.

Diego: Mulher só serve pra uma coisa.

Melissa: Eu sei cozinhar.

Diego: Então tu serve pra duas.

Melissa: E tu não serve pra nada.

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