O paciente entra no consultório do pseudoanalista com os olhos avermelhados e o hálito cheirando a álcool.
- Boa tarde. Senta por favor.
- Boua tarde doutor.
- Pelo visto tu bebeu todas.
- É, a minha baia mais parece um depósito de ceva.
- Tu só bebes em casa?
- Não, eu também bebo na Garagem.
- Mas a garagem também fica na tua casa, não?
- Não doutor, te liga, eu tô falando da Garagem Hermética.
- Tu já foste para o hospital por causa do álcool?
- Nem me fala.
- Quantas vezes?
- Todo findi eles me levam no HPS.
- Eles quem?
- Os pinta que bebem comigo.
- Faz muito tempo que isso se repete?
- Alguns meses.
- E por que tu decidiste procurar ajuda?
- É que ontem eu tava caminhando na Oswaldo, quando encontrei a enfermeira do HPS. Ela gritou lá de longe pra mim: “E aí Virgulino? Passa lá depois pra tomá uma glicose”.
- Então tu queres deixar o álcool agora?
- Não, eu quero deixar de ser alcoólatra.
- Assim não dá.
- Mas eu preciso de ajuda doutor. O senhor tem que me ajudar.
- Eu tenho uma solução infalível, se tu seguires à risca.
- Manda.
- Mistura 10 gramas de levedura de cerveja em cada 100 ml de cerveja, daí tu podes beber à vontade.
- Opa! Coquetel é comigo mesmo. Mas me diz uma coisa. Essa levedura de cerveja é da boa?
- Experimenta...
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