domingo, 19 de outubro de 2008

O ALCOÓLATRA E A ENFERMEIRA




O paciente entra no consultório do pseudoanalista com os olhos avermelhados e o hálito cheirando a álcool.

- Boa tarde. Senta por favor.

- Boua tarde doutor.

- Pelo visto tu bebeu todas.

- É, a minha baia mais parece um depósito de ceva.

- Tu só bebes em casa?

- Não, eu também bebo na Garagem.

- Mas a garagem também fica na tua casa, não?

- Não doutor, te liga, eu tô falando da Garagem Hermética.

- Tu já foste para o hospital por causa do álcool?

- Nem me fala.

- Quantas vezes?

- Todo findi eles me levam no HPS.

- Eles quem?

- Os pinta que bebem comigo.

- Faz muito tempo que isso se repete?

- Alguns meses.

- E por que tu decidiste procurar ajuda?

- É que ontem eu tava caminhando na Oswaldo, quando encontrei a enfermeira do HPS. Ela gritou lá de longe pra mim: “E aí Virgulino? Passa lá depois pra tomá uma glicose”.

- Então tu queres deixar o álcool agora?

- Não, eu quero deixar de ser alcoólatra.

- Assim não dá.

- Mas eu preciso de ajuda doutor. O senhor tem que me ajudar.

- Eu tenho uma solução infalível, se tu seguires à risca.

- Manda.

- Mistura 10 gramas de levedura de cerveja em cada 100 ml de cerveja, daí tu podes beber à vontade.

- Opa! Coquetel é comigo mesmo. Mas me diz uma coisa. Essa levedura de cerveja é da boa?

- Experimenta...

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